Birras à parte - então não fala de nós, cáspite?! - o Paulo Querido tem toda a razão: em termos de web 2.0 esta campanha ainda está na idade da pedra.
Eu, pessoalmente, nem sei bem o que seja a web 2.0. Mas sei que leio blogs desde 2003, e desde há dois anos que não vivo sem rss. Tenho um perfil linkedin, outro no hi5 (que já deixei de visitar há meses) e outro no facebook. Ainda não me lancei no twitter, mas se o Paulo diz que é bom... hei-de ir lá espreitar.
Temos, no entanto, que pôr as coisas em perspectiva. Estas são eleições fora do calendário, com um período de campanha curto e intenso, virado para um universo de eleitores relativamente confinado. Dado o grau de atraso geral da política portuguesa na mobilização dos recursos da Internet, e os escassos recursos disponíveis para este tipo de campanha, compreende-se melhor o porquê do panorama desolador que pinta Paulo Querido.
Agora, depois de 31 de Maio, o PSD vai ter decididamente que se virar para fora. E aí, penso que nenhum dos instrumentos que Paulo Querido cita na sua peça pode ser menosprezado. A estratégia que Pedro Passos Coelho tem vindo a preconizar - colocar o PSD em diálogo com a sociedade de forma a chegar a novos segmentos do eleitorado que (ainda) não se identificam connosco - e da qual de certa forma esta campanha é já um esboço, tem de ter na web social um instrumento fundamental de execução. Não há outra forma de executar essa estratégia no final da década de 2000.
E chamo a atenção para um facto: até agora a classe política parece focada na internet apenas como forma de influenciar os media tradicionais. Tão 2005... O que a web social traz de verdadeiramente novo é a possibilidade de uma comunicação menos mediada e mais bidireccional. Ora essa é a única forma de comunicação capaz de quebrar os filtros cognitivos situacionistas instalados no discurso político e mediático. Insubstituível, portanto, num projecto político que vai para além da alternância e almeja oferecer uma verdadeira alternativa.
Adenda: vale a pena ler também o making of da reportagem no blog de Paulo Querido.
AAN
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Jorge Fonseca Dias
LR
Paulo Gorjão
Rui A.
TAF
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