Passos venceu, por FT.
Passos Coelho ao contrário do primeiro debate foi afirmativo, distintivo e pouco reactivo. Por tudo isso, venceu.
Vencedor e meio, por David Dinis.
Passos Coelho não se meteu na guerra de capelinhas do PSD e ganhou.
Pedro Passos Coelho, por Paulo Querido.
Antes de ler seja quem for, para ter uma opinião directa, não influenciada: Pedro Passos Coelho mostrou-se claramente acima dos competidores na corrida das directas do PSD. (...) Quando Passos Coelho fala consegue captar a atenção. A sua voz é escutada (pelos outros candidatos). Apresenta um discurso fresco, tem duas ou três teclas bastante boas (realistas), consegue doseá-las (Santana Lopes, por exemplo, não consegue, mistura tudo).
Notas sobre o debate do PSD, por Carmex.
Pedro Passos Coelho tem as ideias mais coerentes e é quem as apresenta melhor. (...) Graças a estas directas do PSD, está a ser discutida e apoiada a necessidade de descer impostos em Portugal, bem como assuntos como a flexibilização da legislação laboral, a possibilidade de escolha de instituições de saúde e educação e a porção das actividades económicas arrebatadas pelo Estado aos privados. Neste país de carneiradas guterristas, já é muito bom sintoma que isto se discuta. E o mérito vai inteiro para PPC.
O debate laranja, por CMC.
Viu-se um Passos Coelho muito forte na parte inicial, dirigindo-se, como a circunstância lhe exigia, a Ferreira Leite, com quem quis marcar um terreno de que a decisão se trava entre os dois. E conseguiu levar a melhor do que a ex-governante, pois soube mostrar e separar as águas dos dois candidatos.
Que dizer deste debate? O descalabro de Manuela Ferreira Leite já o abordei aqui e aqui. Patinha Antão mostrou que existia. Santana Lopes mostrou que não desistia. Pedro Passos Coelho foi o claro vencedor.
Vamos então por partes. Patinha Antão teve uma campanha apagada, à falta de apoios consolidados no Partido. Tinha começado mal no Prós e Contras em fins de Abril, onde as insistentes menções ao seu grau de doutorado roçaram a gabarolice. Redimiu-se neste debate, fazendo propostas claras nos seus temas de predilecção, e defendendo o grupo parlamentar do menosprezo de Ferreira Leite e da apropriação de Santana Lopes. Uma atitude que os militantes apreciam.
Santana Lopes esteve quiçá um pouco mais apagado do que no primeiro debate. Mas no essencial, foi igual a si próprio: combativo, enérgico, volteante, inconsequente. Faz-me lembrar Sá-Carneiro (Mário, não Francisco):
Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Pedro Passos Coelho, finalmente. Mostrou a assertividade que se esperava dele, sem se deixar enredar em querelas. Liberto da simpatia que alguns tomaram por reverência, soube ser afirmativo e seguro nas suas propostas e soube ser conciso na expressão das suas ideias. Soube sobretudo separar as águas, e deixar bem vincada na mente dos espectadores a diferença entre a sua candidatura e todas as restantes. Foi um claro vencedor do único debate conduzido com lisura e isenção nestas directas. Merece ganhar a eleição do proximo sábado.
Via Blasfémias.
Vasco Pulido Valente, intervindo escassos segundos após o final do debate, postulou que propostas não são políticas, e concluiu que só Manuela falou de finalidades - finalidades que corporizam afinal a verdadeira política. Delicioso: se tivesse acordado para o outro lado, VPV poderia dizer que de boas intenções está o inferno cheio, e que Ferreira Leite não tinha apresentado uma única proposta para os novos pobres. Humores...
A verdade é que a finalidade de Pedro Passos Coelho ficou bem clara neste debate: recolocar Portugal numa rota de crescimento. E os meios com que pretende atingi-la foram também enunciados: menos impostos, menos despesa pública, mais liberdade de escolha e concorrência nos serviços públicos, mais diferenciação positiva na intervenção social do Estado, mais liberdade na economia para trabalhadores e empresas.
Concordo com o Paulo Gorjão: este não foi o debate decisivo e esclarecedor que alguns esperavam. Eu, com franqueza, não o esperava: com menos de uma hora para quatro candidatos, é francamente dificil ter um debate esclarecedor. A flagrante impreparação de Manuela Moura Guedes não ajudou a inverter esta expectativa.
Outros entendem que houve uma vencedora clara, e aliás tudo foi feito para encenar essa clareza, acautelando a eventualidade de o comum dos mortais não entender a mensagem. Mas ainda assim, acho que não vimos o mesmo filme.
No filme que eu vi, o debate centrou-se em grande medida nas proposições liberais de Pedro Passos Coelho. E significativamente, a carga de Manuela Ferreira Leite contra o liberalismo de Pedro Passos Coelho acabou por dispersar em campo raso, destroçada pela evidência de que o pensamento liberal faz parte da raiz do PSD desde a Ala Liberal de Sá Carneiro.
Estive na sede do PSD esta noite para o debate entre representantes das diferentes candidaturas, e não pude deixar de reparar na singular convergência de críticas de duas candidaturas relativamente a uma outra. Ora, como me dizia um amigo, ninguém bate em peixe morto...
Enfim: algo me diz que as restantes candidaturas estão cada vez mais a assumir Passos Coelho como front-runner nestas directas...
O Psicolaranja corrigiu o erro num abrir-e-fechar de olhos. Aqui fica o novo cartaz do psico-debate de amanhã à noite. Apareçam todos!
Excertos do Portugal Diário:
«Os candidatos têm de ser capazes de contactar os militantes e tentar convencê-los com as suas ideias, por isso, estar aqui, é um sinal de respeito», referiu Passos Coelho, lembrando que «esta não é uma corrida a dois».
(...)
Passos Coelho tomou o palco e partiu para o estilo-comício. Disse não defender a adopção por casais homossexuais, recordou que nunca se sentiu envergonhado por Santana Lopes ter sido presidente do partido e até teve tempo para encorajar as autoridades a repensarem a organização conjunta do Mundial de futebol de 2018 com Espanha.
Mas, foi nas questões internas que mais brilhou. «Em primeiro lugar, se não me sentisse preparado para ser primeiro-ministro não me tinha candidatado à presidência do PSD. Não estou aqui para me pôr na fila e tornar-me incontornável nas próximas eleições», frisou, aproveitando para fazer a primeira e única comparação com Manuela Ferreira Leite: «Depois do debate Prós e Contras, uma rádio fez um fórum e surgiu aí uma opinião que me fez rir. Um ouvinte, com cerca de trinta anos, disse que era preciso uma pessoa que disciplinasse o partido e que essa pessoa era Manuela Ferreira Leite. Mas, quanto às ideias, tinha gostado daquele rapaz novo». Esta declaração arrancou uma enorme salva de palmas e Passos Coelho aproveitava o balanço: «As ideias têm muita força, mas não votamos só nas ideias, também na pessoa que achamos estar melhor colocada para as pôr em prática».
(...)
Sem tocar no seu nome, também surgiu a resposta a Pedro Santana Lopes. «Se é verdade que não tenho experiência de Governo, é preciso dizer que lutei muito durante muitos anos para que outros pudessem estar lá, lutando pelos ideais do PSD (mais palmas)», frisou, salientando o seu espírito conciliador: «Tenho condições para unir o partido, pois tenho conseguido congregar apoios de todos os quadrantes. E posso já avisar que não quero a lei da rolha no PSD, ao contrário do que parece estar a acontecer o PS de José Sócrates (risos na assistência). Se ganhar o PSD, temos condições para ganhar o país».
Ler também na TSF e no Portugal Diário.
Para quem esteja em Lisboa, as portas da Sede Nacional do PSD (Rua de São Caetano à Lapa, n°9) vão-se abrir para um debate organizado pelo blogue PsicoLaranja já nesta quarta-feira à noite. Pela candidatura que aqui apoiamos falará Vasco Rato.
Post Scriptum: Estamos certos que a subliminar maiúscula de Morais Sarmento no cartaz constitui apenas uma pura casualidade. Os organizadores dos psico-debates, honra lhes seja feita, sempre mostraram saber distinguir o plano das opções pessoais do plano da discussão livre e plural.
AAN
Filipa Martins
João Espinho
Jorge Fonseca Dias
LR
Paulo Gorjão
Rui A.
TAF
Vasco Campilho
Vítor Palmilha
Os artigos expostos são para consumo...
Impressões de um boticário de província