Sobre este assunto o
Paulo Gorjão disse o que havia a dizer bem melhor do que eu alguma vez o faria (acontece vezes demais, hélàs!). Se ainda assim me aventuro nele de novo, é só para dar algum troco ao que diz Manuel Pinheiro
aqui:
O Vasco Campilho esforça
aqui uma possível defesa, alegando que "
ao recusar posicionar-se na dicotomia esquerda/direita, Pedro Passos Coelho reconhece que essa dicotomia diz pouco aos portugueses". Talvez diga, talvez não, há certamente muita coisa que diz pouco aos portugueses, muita dela estudada e documentada no Eurostat ou na OCDE, e olhe que não é para especial contentamento.
Manuel, não é talvez. De facto a dicotomia esquerda/direita tem pouca ou nenhuma relevância no panorama político português, como pode comprovar se se referir aos estudos empíricos publicados por Carlos Jalali no seu
instant classic Partidos e Democracia em Portugal 1974-2005. São muito reveladores os quadros sobre a saliência de clivagem nas diferentes eleições legislativas. Mas o que eu mais gostei foi aquele gráfico em que se mostra a inexistência de correlação entre o auto-posicionamento dos eleitores numa escala esquerda-direita e as respostas sobre o peso do Estado na economia...