Manuel Falcão explica, na sua coluna no Meia Hora de hoje, porque é que as directas do PSD interessam a todos. E porque espera que os militantes social-democratas elejam Pedro Passos Coelho para presidente do Partido:
Acho que a escolha de Pedro Passos Coelho é a que melhor pode contribuir para que o PSD tenha um papel activo e dinâmico na renovação do sistema político e partidário e para que possa contribuir para tirar o país do impasse onde nos encontramos. Na realidade Pedro Passos Coelho é o único que traça um caminho diferente e essa é a sua grande vantagem. E esse caminho, outra vantagem, não passa pelo Bloco Central.
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Dentro da veia de proselitismo que tão bem caracteriza este blog, deixamos aqui conta das motivações de mais um apoio de peso vindo do aparelho profundo:
Em minha opinião, o discurso que Pedro Passos Coelho tem proferido e as ideias que tem lançado colocam-no, de entre os candidatos à liderança do PSD, na melhor posição para materializar esta mudança, apresentar um projecto de governação alternativo ao que o Engenheiro Sócrates tem corporizado e, dessa forma, poder aspirar a ser Primeiro-Ministro em 2009. Um projecto mais liberal na economia, que permitirá uma maior ambição no domínio social. E é por acreditar que este será o melhor caminho para o nosso País que, de forma convicta, lhe manifesto o meu apoio.
Miguel Frasquilho no 24horas, 23 de Maio. Ler o resto aqui.
Fui militante do PSD há muitos anos. Depois passei a simpatizante e depois desisti. Eu que considero que a politica é algo de que temos obrigação de nunca nos alhearmos.
Independentemente do que possamos pensar sobre a classe política, que muitas vezes não se dá ao respeito deixando-nos espantados com as guerrilhas e conversas sem substância em vez da apresentação de verdadeiros projectos para o futuro dos nossos filhos e netos, também a comunicação social passou para a tratar, com honrosas excepções, os políticos como meros figurantes dos supostos jet-set, perdendo-se em ridicularias em vez de investigação séria.
Não me dou bem com disciplinas partidárias, e quanto mais avanço na vida mais difícil é aceitar um mundo dividido por siglas partidárias, com os bons de um lado e os maus do outro. Ao longo dos anos, criei amizades em todos os partidos. O que me parece totalmente normal. Gosto de alguém pelo ser humano que é, pela rectidão de carácter, pela abertura de espírito. Acredito na necessidade da sociedade civil intervir, discutir e participar cada vez mais nos assuntos e decisões que tocam a vida de todos nós, porque esse é um dos pilares da democracia.
E para alguém que viveu no Portugal anterior à Revolução, que sentiu na pele o que é ser tratada como uma cidadã de segunda, sem os direitos mais básicos, é fácil não esquecer a importância de sermos livres de discordar, livres de falar abertamente.
Sou amiga de Pedro Passos Coelho há mais de vinte anos. E não concordei muitas vezes com as suas posições no PSD. Depois, como muitos portugueses, afastei-me mas nunca abdiquei das minhas opiniões, fossem elas secundadas pelo PS, pelo Bloco de Esquerda, e, infelizmente, raramente pelo PSD.
A democracia, para ser verdadeiramente forte de forma a poder enfrentar as crises económicas e sociais, para poder preparar o futuro, necessita, para além de um governo sério, de um oposição forte, e simultaneamente consciente das suas responsabilidades. Pedro Passos Coelho veio trazer à ribalta, nestas directas do PSD, temas tão politicamente incorrectos como o casamento homossexual, a liberalização das drogas, a cruel realidade do futuro do serviço nacional de saúde. Não tenho quaisquer dúvidas em dizer que Pedro Passos Coelho representa o futuro. Um futuro onde os jovens voltem a interessar-se pela política, e onde seja possível uma discussão de ideias e não de trivialidades.
Não é a minha amizade de longa data que me leva a escrever este texto. Enquanto cidadã, mãe e avó, espero que ele ganhe as eleições no PSD para depois poder-lhe exigir o cumprimento dos seus princípios.
Luísa Castel-Branco, in Destak 27.05. Também disponível aqui.
Decorre do meu post anterior que a) Pedro Passos Coelho só tera mais caciques a apoiá-lo na medida em que tem mais apoiantes, e b) nenhum indício permite inferir que o universo dos apoiantes de Pedro Passos Coelho tenha maior incidência de más práticas na actividade partidária do que o universo dos apoiantes de qualquer outro candidato.
Donde se conclui que as críticas a Pedro Passos Coelho relativamente aos seus apoiantes relevam sobretudo de a) miopia política e b) double standards. Isto é: por um lado uma incapacidade de reconhecer o fenómeno criticado nas diversas candidaturas, por outro lado uma superior exigência relativamente à candidatura de Pedro Passos Coelho. Estas duas razões conjugam-se aliás com frequência, o que assume contornos particularmente graves em defensores de uma candidatura que pretende pôr o partido na ordem.
Resta uma última razão de crítica relativa ao papel dos apoios nesta campanha. Ouve-se por vezes dizer que Passos Coelho compromete a sua linha política ao aceitar certos apoios. Ah e tal que os caciques cobram-se. Ah e tal que o apoio deles é interesseiro. Ah e tal questão de sobrevivência.
Também aqui convém especificar de quem falamos e com base em quê. Uma apreciação política não tem de ter o rigor de uma sentença judicial, mas convém que não seja feita completamente à toa. Posto isto, for the sake of the argument, vamos admitir que tudo isso é verdade. E depois?
E depois nada. Porque as motivações, os desejos e as manobras dos caciques tornam-se completamente irrelevantes no quadro político do PSD actual, fruto justamente da ruptura estratégica introduzida por Pedro Passos Coelho.
Passos Coelho decidiu focar estas directas em ideias para o País. Decidiu empreender um reposicionamento estratégico do PSD em consonância com a sua matriz ideológica de sempre. Decidiu apontar um caminho mobilizador para o Partido, de demarcação clara do PS. Decidiu colocar os militantes perante a responsabilidade de oferecer aos portugueses uma alternativa. Decidiu - e foi esta a sua decisão mais arrojada - imaginar a vitória possível já em 2009.
Face a isto, não há espaço para negociatas. Está visto que nenhum apoio teve o condão de inflectir o discurso de Pedro Passos Coelho em nenhuma área. Está visto que Pedro Passos Coelho não hesita em demarcar-se de declarações de pessoas que o apoiam quando delas discorda. Admitindo que haja quem apoie Passos Coelho por falta de perspectivas noutras candidaturas, não deixa de ser evidente que Passos Coelho em nada se sentirá obrigado por expectativas auto-alimentadas de caciques. Porque a únicas expectativa que ele alimenta é a expectativa de vitória em 2009.
A verdade é que Pedro Passos Coelho disse desde o início ao que veio: unir todos os que se revêem na sua proposta sem olhar ao seu percurso passado; e escolher os melhores para governar Portugal. Ninguém poderá depois dizer que não sabia.
Desde o início desta campanha que venho ouvindo um refrão bastante desafinado: Passos Coelho tem os caciques com ele; os caciques são muito maus; Passos Coelho tem um discurso bom, mas tem que se livrar dos caciques; Passos Coelho quer é safar os caciques; Passos Coelho afinal é tão mau como os caciques...
Tanto se fala de caciques, mas convinha primeiro esclarecer isto: o que é um cacique? Na sua mais simples definição, um cacique é um militante que mobiliza outros militantes para votar. No fundo, no fundo, qualquer militante empenhado é, à sua escala, um cacique. Pedro Passos Coelho tem consigo os militantes mais empenhados? Só lhe fica bem.
Claro que a crítica subjacente ao caciquismo dos apoiantes de Passos Coelho tem outra coloração: ah e tal, mas os caciques não são gente frequentável. A verdade é que há caciques para todos os gostos, dos mais cristalinos aos mais turvos. Mas, e distingui-los?
A generalidade da blogosfera encontrou uma heurística tremendamente simples, e tremendamente falsa. É autarca? É cacique. É ex-ministro? Então é uma figura nacional. É presidente de secção? É cacique. Ah mas é deputado? Então é barão do partido.
Eu não tenho grandes dúvidas: Fernando Ruas é cacique; Nuno Morais Sarmento também. Sérgio Lipari é cacique; António Preto idem aspas. E, já agora - espero que isto me possa ser perdoado um dia - também cacique me confesso. Admito mesmo ter falado com vários militantes para os motivar a votar em Pedro Passos Coelho.
Somos todos iguais? Não sei. Sei que a única forma séria de julgar da lisura da actividade partidária de cada um é apreciá-la em si mesma, sem passar por raciocínios apriorísticos acerca do poder local ou das estruturas concelhias. Gostaria de ver os comentadores independentes a fazer essa experiência com as listas de apoiantes das diferentes candidaturas...
O que parece cada vez mais evidente – se não o fosse desde o momento em que a Dra Ferreira Leite lançou a candidatura – é que a ex-ministra das Finanças não tem uma estratégia própria e é refém daqueles que a estão a utilizar para os seus próprios projectos de poder. Esses são aqueles que pensam que a Dra Ferreira Leite perderá com o Eng Sócrates mas que no entretanto querem consolidar o seu poder dentro do PSD para, no momento certo, a derrubarem. No fundo, são os que estão dispostos a sacrificar o país não se importando com a desastrosa política do Governo PS, dando de mão beijada as próximas eleições a Sócrates, em favor dos seus interesses pessoais.
por Pedro Marques Lopes. Sublinhados meus.
Estive lá, vi e ouvi: na noite em que recebeu o apoio de Carlos Carreiras, presidente da Distrital de Lisboa (declaração de interesses: órgão a que me orgulho de pertencer), Pedro Passos Coelho afirmou perante uma plateia de militantes de Cascais, Oeiras e Sintra que não tinha até agora recebido um único apoio condicionado a quaisquer lugares ou outro tipo de troca. E que não sabia estar de outra forma na política.
Post dedicado ao Rui Castro, na esperança que ele me explique como é que um candidato a líder pode promover a mudança num partido sem receber o apoio maioritário dos seus militantes.
Pedro Passos Coelho reune 500 militantes num almoço em Lamego.
"Espero que ganhe nas directas do PSD e que perca no País"
Daniel Sampaio, na Pública de 11 de Maio de 2008, p. 74 (sem link).
O problema de MFL (digo eu) é que não é só fora do PSD que os seus distintos apoiantes pensam assim...
Duas semanas após o arranque da campanha para as directas, Ferreira Leite e Pedro Passos Coelho polarizam apoios. Santana Lopes vai ficando para trás.
(...)
O alinhamento dos apoios que vêm sendo tornados públicos vai-se polarizando nestas directas entre Ferreira Leite e Pedro Passos Coelho, desvendando-se ao mesmo tempo duas linhas estratégicas com consequências para o posicionamento do PSD no futuro.
Barbosa de Melo, mandatário distrital de Ferreira Leite em Coimbra, e Assunção Esteves, apoiante de Pedro Passos Coelho, retrataram, nas suas declarações de apoio, o que está em jogo. "A única forma de o PSD recuperar a sua credibilidade pública é com Manuela Ferreira Leite, ocupando uma área muito importante para o PSD, o centro-esquerda da sociedade portuguesa", disse o ex-presidente da Assembleia da República.
"A linha programática do dr. Pedro Passos Coelho faz renascer uma linha social liberal há muito esquecida no partido. É bom que exista esta discussão dentro do partido", declarou, por seu lado, a eurodeputada e constitucionalista Assunção Esteves.
João Miranda, em resposta a Bruno Alves, sobre o partido autárquico e a agenda reformista e liberal (bolds meus):
Bem ou mal, o partido autárquico tem o mérito de conseguir manter vivos centros políticos de pode fora de Lisboa. Os interesses do partido autárquico são interesses reais de pessoas reais. Devem-se a factos políticos reais. Resultam de problemas que constituem entraves reais ao desenvolvimento do país. Lembro que no país ainda vivem pessoas que nada vão ganhar com o aeroporto de Alcochete, a nova ponte sobre o Tejo, o túnel de Alcântara e o TGV. Isso constitui um problema e um desafio para qualquer agenda “liberal e reformista”. Aliás, não consigo imaginar uma lista de problemas que uma agenda “liberal e reformista” deve resolver em que o problema do centralismo não esteja no topo.
É disto que não se podem esquecer os que criticam Pedro Passos Coelho pelos apoios que tem somado.
AAN
Filipa Martins
João Espinho
Jorge Fonseca Dias
LR
Paulo Gorjão
Rui A.
TAF
Vasco Campilho
Vítor Palmilha
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