Nas democracias actuais, os eleitores vêm denotando um cepticismo crescente face aos seus representantes, o que explicará, em grande medida, o aumento da abstenção. Isto porque, de uma forma muito racional, o eleitor desconfia de quem se apresenta a sufrágio.
As razões são óbvias e prendem-se com a difícil, se não impossível confluência de interesses. Só por mero acaso, os interesses do representante coincidem com os de (alguns) representados. Os candidatos procuram formatar os programas e "empacotar" as inevitáveis promessas que vendem a troco de votos. Supostamente, os eleitores comprarão as promessas ou, na maioria dos casos, o menos mau de vários produtos sucedâneos. Uma vez eleitos, a generalidade dos candidatos "mete na gaveta" a maioria das promessas feitas em campanha e seguirá uma agenda pautada pela quase exclusiva preocupação, quiçá obsessão, de consolidar e aumenter o poder.
O eleitor sente isto, embora geralmente não o consiga racionalizar, mas expressa-o através do seu voto, quase sempre de forma negativa, penalizando quem está no poder. Tratando-se de um eleitor liberal, fá-lo de forma muito consciente, pois sabe que, na ausência de uma Constituição limitativa de poderes, a melhor forma de coarctar o poder dos eleitos é mudar periodicamente de protagonistas.
Os militantes do PSD que estiverem conscientes da necessidade de uma mudança, tenderão a votar pela negativa, pautando-se pelo critério acima enunciado. Porém, Pedro Passos Coelho assume-se como uma alternativa que se propõe a uma mudança radical de paradigma. A sua proposta de redução do intervencionismo estatal a vários níveis, gera a esperança de reforço da liberdade individual, o valor cimeiro do liberalismo. Tal facto permite, pela primeira vez em muitos anos, ter a possibilidade de votar pela positiva.
Será isto garantia de vitória? Sê-lo-á, quanto menor for o peso dos sindicatos de voto . O aumento de potenciais votantes em cerca de 14.000 face às Directas de 2007, poderá indiciar uma maior afluência e um peso reforçado dos "militantes livres". PPC poderá ser o principal beneficiário deste aumento de participação.
Mas, se não chegarmos lá agora, ficou irreversivelmente aberto o caminho do futuro. Só por isso, já valeu a pena.
Obrigado Pedro e Boa Sorte!
AAN
Filipa Martins
João Espinho
Jorge Fonseca Dias
LR
Paulo Gorjão
Rui A.
TAF
Vasco Campilho
Vítor Palmilha
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