Que dizer deste debate? O descalabro de Manuela Ferreira Leite já o abordei aqui e aqui. Patinha Antão mostrou que existia. Santana Lopes mostrou que não desistia. Pedro Passos Coelho foi o claro vencedor.
Vamos então por partes. Patinha Antão teve uma campanha apagada, à falta de apoios consolidados no Partido. Tinha começado mal no Prós e Contras em fins de Abril, onde as insistentes menções ao seu grau de doutorado roçaram a gabarolice. Redimiu-se neste debate, fazendo propostas claras nos seus temas de predilecção, e defendendo o grupo parlamentar do menosprezo de Ferreira Leite e da apropriação de Santana Lopes. Uma atitude que os militantes apreciam.
Santana Lopes esteve quiçá um pouco mais apagado do que no primeiro debate. Mas no essencial, foi igual a si próprio: combativo, enérgico, volteante, inconsequente. Faz-me lembrar Sá-Carneiro (Mário, não Francisco):
Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Pedro Passos Coelho, finalmente. Mostrou a assertividade que se esperava dele, sem se deixar enredar em querelas. Liberto da simpatia que alguns tomaram por reverência, soube ser afirmativo e seguro nas suas propostas e soube ser conciso na expressão das suas ideias. Soube sobretudo separar as águas, e deixar bem vincada na mente dos espectadores a diferença entre a sua candidatura e todas as restantes. Foi um claro vencedor do único debate conduzido com lisura e isenção nestas directas. Merece ganhar a eleição do proximo sábado.
AAN
Filipa Martins
João Espinho
Jorge Fonseca Dias
LR
Paulo Gorjão
Rui A.
TAF
Vasco Campilho
Vítor Palmilha
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Impressões de um boticário de província