Sábado, 24 de Maio de 2008

Desemprego e Novos Pobres: Dão-se Alvíssaras (I de II)

A questão das «contas públicas, não é o problema mais urgente», mas sim a «emergência das questões sociais» como «o desemprego e os novos pobres», referiu Manuela Ferreira Leite no debate na TVI. Aliás, Ferreira Leite tem repetido este ponto quase diariamente nas suas acções de campanha.

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Esta súbita preocupação com as questões sociais -- em particular com o desemprego e os novos pobres -- é uma verdadeira surpresa. Uma preocupação que surgiu nos últimos 15 dias, por motivos óbvios de campanha. Ferreira Leite participa no programa «Falar Claro» da Rádio Renascença desde Maio de 2005 e tem uma coluna quinzenal no suplemento de economia do Expresso desde Abril de 2005. Terá sido, porventura, nesses espaços que insistiu no tema sem que se tenha prestado a devida atenção?

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Comecemos pelo Expresso. Como se pode confirmar, em 2008, Ferreira Leite não dedicou uma única linha -- uma apenas! -- ao assunto, apesar da urgência que lhe atribui. Ferreira escreveu sobre a qualidade da produção legislativa, sobre as alterações na imagem do PSD e, claro, escreveu muito sobre finanças. Estranho sentimento de urgência...

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Recuemos até ao segundo semestre de 2007. Talvez, quem sabe, a sua preocupação seja mais antiga. Ora, nesse período encontramos um artigo em que se elege os acontecimentos no BCP como o tema do ano (29/12); uma reflexão sobre o Tratado de Lisboa (15/12); outra sobre a empresa Estradas de Portugal (1/12), a prepotência fiscal (17/11), os atrasos do Estado nos pagamentos (3/11) e o défice (20/10). A 5 de Outubro, de facto, Ferreira Leite escreve sobre desemprego, mas critica investimentos absorvam muita mão-de-obra. Se existe «urgência» em combater o desemprego não foi seguramente aqui que a expressou. Adiante. Depois seguem-se algumas linhas sobre o orçamento rectificativo (22/9), sobre a responsabilidade do Estado (8/9), sobre o Estado da nação (28/7), sobre -- uma vez mais... -- a empresa Estradas de Portugal (13/7).

Sobre o segundo semestre de 2007 estamos conversados. A preocupação com as questões sociais, pelos vistos, será anterior. Altura, talvez, para recuar ao primeiro semestre de 2007?

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Recuemos, então, até ao primeiro semestre de 2007. O semestre termina reflectindo sobre sindicatos e flexigurança (30/6). Antes abordou-se a presidência portuguesa da União Europeia (16/6), o episódio da DREN (2/6), a educação (19/5), o linha do Metro do Sul do Tejo (5/5), a retoma da economia portuguesa (21/4), a moeda única (6/4), o valor do défice (24/3), o estado da Oposição (10/3), as estatísticas (24/2), os centros de decisão nacionais (9/2), a visita do Presidente da República à Índia e a globalização (27/1) e, para terminar, a reforma da Administração Pública (13/1).

Sobre as questões sociais, o desemprego e os novos pobres, nem uma linha. Tendo em conta que este é, nas suas palavras, o problema mais urgente da actualidade, o seu silêncio é francamente extraordinário...

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Será que Ferreira Leite concentrou toda a sua atenção sobre os novos pobres e o desemprego no programa «Falar Claro» da Rádio Renascença?

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[Continua.]

publicado por Paulo Gorjão às 18:30
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De foreman a 24 de Maio de 2008 às 20:07
Ninguém acha estranho que ninguém se lembre de nenhuma posição pública de PPC até à sua campanha, que nunca tenha dito e nunca tenha feito nada de relevante, que se lembre? Pelos vistos os seus fiéis acham isso natural e irritam-se muito quando se lhes lembra o vazio.
De TAF a 24 de Maio de 2008 às 20:28
Vamos lá explicar devagarinho. :-)

1) A candidatura de PPC não é baseada na figura de PPC, mas sim no projecto que ele apresenta. O projecto ainda não está completo, totalmente detalhado, mas já diz incomparavelmente mais do que MFL.

2) MFL diz que se candidata porque é credível e porque os portugueses supostamente sabem que ela decidiria bem na altura em que tivesse que decidir, sem dar agora pormenores. Ao votar MFL vota-se na figura, e não nas ideias.

3) Para perceber o que PPC propõe basta ver o que ele diz agora na candidatura. Quem não gostar do que diz, ou achar que é insuficiente, não deve votar nele.

4) Quem estiver disposto a passar um cheque em branco a um candidato (que é o que MFL pede, e não PPC), precisa de saber o que esse candidato pensa, ao menos sobre os assuntos que o próprio candidato diz que são importantes. Certo? Ou então pronto, vota sem saber em quê, é uma opção. Estranha, mas o voto é livre...
De Paulo Gorjão a 24 de Maio de 2008 às 20:32
Caro TAF, não vale a pena explicar porque o «Foreman» não quer perceber. Está no seu direito, claro...
De Fernanda Valente a 24 de Maio de 2008 às 22:15
Mas não deixa de ser desmotivador! Uma pessoa explica, explica e acaba sempre por ter que voltar ao princípio...!
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