Houve
várias reacções na blogosfera às
declarações de Pedro Passos Coelho em que o candidato a líder do PSD afirma não ser de direita nem de esquerda. Curiosamente, ambas obliteraram a parte afirmativa da declaração, em que Pedro Passos Coelho se afirma reformista e liberal. Estranha cegueira: vinha no título da peça!...
Já nos Prós & Contras da semana passada, Pedro Passos Coelho se recusou a ser encostado à direita por Fátima Campos Ferreira. Não,
Carlos Botelho, não há aqui comodismo, nem sequer tacticismo: há aqui um posicionamento político claro construído numa coerência de anos.
Ao recusar posicionar-se na dicotomia esquerda/direita, Pedro Passos Coelho reconhece que essa dicotomia diz pouco aos portugueses. Ao definir-se como reformista e liberal, o candidato à liderança do PSD está a enviar uma mensagem muito mais clara aos portugueses do que se dissesse "sou de (centro-)esquerda" ou "de (centro-)direita". Está a enviar a mensagem de que a sua governação será uma governação de movimento e de mudança; e está a enviar a mensagem de que a sua governação será marcada pelo valor da liberdade em todas as suas dimensões - pública, económica, privada, cívica.
Bem vistas as coisas, comodismo seria definir-se em relação a uma dicotomia esquerda-direita cujo conteúdo ninguém hoje sabe concretizar.