Depois de um "empedernido independente" e de um "caloiro" de 6 meses, cabe-me a mim, um "histórico" com quase 32 anos de militância laranja, aderir a esta candidatura. Durante estas mais de 3 décadas, testemunhei a grandeza de um líder, porventura mitificada por uma morte prematura e a contrastante pequenez de todos os que lhe sucederam. O PSD paga ainda hoje a quase omnisciência de Francisco Sá Carneiro, que leva a que os militantes coloquem sempre a fasquia muito elevada para os seus líderes, a quem "exigem" por sistema dotes sobrenaturais. Escasseando os génios e sobejando apenas homens e mulheres, persiste no Partido uma eterna crise de liderança, apenas interrompida pelos 10 anos de tecnocracia cavaquista.
A necessidade de um líder forte, decorre também da heterogeneidade ideológica do PSD, um partido onde, da esquerda à direita, cabe quase tudo. Mas para além desta heterogeneidade e independentemente da corrente que cada qual professa, houve sempre dentro do PSD um grande inconformismo, um permanente movimento, uma eterna procura da melhoria. O eleitor padrão do PSD (que não o militante do aparelho, hoje já muito funcionalizado e burocratizado), é o self made man que conta apenas consigo e com o seu esforço, que vem geralmente do nada mas possui uma vontade indómita de subir e vencer na vida por mérito próprio, correndo riscos, superando insucessos, visando sempre mais e melhor.
Pessoas com este perfil jamais perdem a esperança e porfiam continuamente em prol da mudança para melhor. E prezam a existência de todo um quadro de valores, fundamentais para que possam singrar numa envolvente pacífica e de livre contratualização com terceiros.
Desde logo, a liberdade: tudo aquilo que permite a cada um de nós formular os seus próprios objectivos, trabalhar pela sua prossecução e ser responsabilizado pelos seus actos. A existência daquela vai gerar oportunidades, um leque alargado de opções a seleccionar por cada qual de acordo com a sua melhor adequação aos fins visados. Isto implica a prática permanente de uma política de verdade, sobretudo por parte dos decisores públicos, sob pena de criação de falsas expectativas que podem frustrar a prossecução dos fins. Esta terá de andar sempre a par com a autoridade, o poder de responsabilizar e sancionar de forma equitativa, condição sine qua non para a existência de um ambiente estável de confiança no sistema por parte de todos os agentes.
Estes valores constituem o cimento da união do eleitorado do PSD e estão acima das clivagens ideológicas que existem e existirão no seu seio. São eles que permitem a enorme diversidade de fins e a capacidade de os visar, conjugar a liberdade individual com a solidariedade, a criação de riqueza e a procura da felicidade. A génese do militante e eleitor "laranja" passa muito por aqui, por um liberalismo intrínseco e actuante, que está para além da ideologia que cada um diz professar.
Rui Ramos escreve hoje no Público, com alguma pertinência, que o PSD é o partido em que se verifica maior desfazamento ideológico entre os dirigentes e os militantes e eleitores. Pela primeira vez desde a morte de Sá Carneiro, existe agora a oportunidade de eliminar esse gap: elegendo Pedro Passos Coelho no próximo dia 31 de Maio.
Luís Rocha
Tive algumas hesitações em aceitar o convite para participar neste blog, que generosamente o Vasco Campilho me endereçou. Não sou militante do PSD, nem conheço pessoalmente o Pedro Passos Coelho. De resto, a ideia política que dele tinha era apenas a de ex-presidente da JSD, o que não mo recomendava especialmente.
Confesso, todavia, que as intervenções que escutei do agora candidato a líder do PSD me causaram boa impressão. Passos Coelho aparece desprendido de quaisquer responsabilidades governativas recentes ou pretéritas, apresentou-se frontalmente sem grupos ou «notáveis» a apoiá-lo, afirmou-se como «reformista e liberal», sugeriu um conjunto de ideias interessantes sobre o que entende poder vir a ser um futuro governo orientado por si, e demonstrou uma capacidade enorme de falar para o País e não apenas para as cada vez mais limitadas fronteiras do PSD. Por outro lado, Pedro Passos Coelho fez na sua vida pessoal e política o que deve ser feito: teve um lugar de grande importância no partido, que lhe poderia ter garantido o futuro político e profissional, mas optou por sair e notabilizar-se académica e profissionalmente. Só depois disso regressou à política. Caso raro, talvez único na política portuguesa dos nossos tempos, e merecedor de público reconhecimento.
Portanto, se o meu «apoio» à candidatura de Passos Coelho faz algum sentido, ele é o de me rever na mensagem liberal do candidato e de ser um desses muitos milhões de cidadãos eleitores portugueses de quem o PSD se tem esquecido nos últimos anos, mas que gostariam de ouvir o partido charneira da direita portuguesa a dizer coisas que lhes possam interessar.
Na verdade, se as origens do PSD (PPD) são inteiramente liberais, desde logo, ainda com a «Ala Liberal» dos tempos de Marcelo Caetano, donde nasceria o partido no pós-25 de Abril, e com a orientação ideológica e pragmática que lhe imprimiu Francisco Sá Carneiro, o PSD afastou-se do liberalismo quase imediatamente a seguir à morte do seu fundador. Pelo contrário, o discurso social-democratizou-se com Balsemão, e a prática governativa de Cavaco Silva foi assumidamente keynesiana e intervencionista, defensora de um Estado Social e não de um modelo liberal.
Daqui resultou um partido intrinsecamente ligado ao Estado, defensor das posições do Estado, e apenas liberalizador no indispensável para uma sociedade de um País que pertence à União Europeia. Cavaco privatizou, mas ampliou substancialmente as funções do Estado Social e quase duplicou o número de funcionários públicos. Durão Barroso e Manuela Ferreira Leite atacaram o défice das contas públicas, mas agravaram impostos e não reduziram o peso do Estado, menos ainda reformaram a Administração Pública.
Com isto, mais as constantes lutas intestinas em que o partido se tem envolvido na última década, o PSD afastou-se da sua matriz inicial e virou as costas ao seu eleitorado preferencial: a classe média. Se Pedro Passos Coelho for capaz de voltar a falar com ela, se lhe apresentar um programa político que passe por uma concepção do Estado português que não se limite a tentar recuperar o Estado Social, tarefa que deve caber a um partido socialista e não a um partido liberal e reformista, ele poderá, de facto, protagonizar o volte-face político de que o País há muito espera do PSD.
Rui Albuquerque
Como primeiro post neste blog para o qual tive a honra de ser convidado, acho que devo explicar o porquê do meu apoio a Pedro Passos Coelho.
Não sou contra Manuela Ferreira Leite e não sou contra Pedro Santana Lopes.
Independentemente de concordar ou não com as suas candidaturas e posições políticas, não me posso esquecer que Manuela Ferreira Leite é tida como mãe do deficit e Pedro Santana Lopes filho da confusão. Estes factos, mais ou menos claros, mais ou menos deturpados, estão bem presentes na cabeça dos portugueses. E o futuro é mesmo agora!
Não podemos escolher um líder até 2009 ou 2011 à espera do messias. Não podemos voltar atrás com quem pregou e levou com pedras. Não podemos esquecer que somos e seremos um partido de poder e que ganhar as eleições para podermos finalmente colocar Portugal onde merece é uma prioridade!
Passos Coelho não é o melhor do mundo, não tem mais experiência que os outros, não tem os notáveis que os outros têm. Mas é exactamente disso que tem vivido o nosso partido e consequentemente o país. De dirigentes com experiência e vícios insanáveis e de notáveis que apenas aparecem quando cheira a poder. E, note-se, os resultados não foram os melhores. Não podemos fugir às responsabilidades de 3 anos em que fomos realmente maus para o país.
Onde estava Ferreira Leite em 2006, quando precisávamos realmente dela? Quando necessitámos de um líder credível e que fosse um pólo de união no partido? Quando tinha os apoios de todos sem qualquer reticência?
Passos Coelho assumiu antes de todos a sua discordância com métodos e práticas.
Passos Coelho assumiu antes de todos e independentemente de qualquer um a sua candidatura.
Passos Coelho é um líder, e é disso que o partido precisa.
Passos Coelho está bem preparado e tem uma equipa extraordinária com condições para colocar o partido e o país no caminho certo.
Passos Coelho já tem 44 anos, o futuro é agora!
2. Liberdade –A liberdade é o valor que nos une e de que não abdicamos em nome de qualquer interesse de ocasião. Quero uma liberdade responsável, onde cada um possa viver com a consequência das suas decisões. Esta candidatura vai falar de liberdade, com liberdade. Quero mais liberdade no espaço público, mais liberdade na actividade económica, mais liberdade na vida privada, mais liberdade no exercício pleno da cidadania. A liberdade não se garante pela mera proclamação. A liberdade constrói-se, dia a dia, num processo de conquista permanente em que o PSD deverá empenhar-se cada vez mais.
3. Verdade – Falaremos verdade, pois só assim é possível acreditar que, todos juntos, podemos resolver os graves problemas do País. Recuso a política das meias palavras determinadas pela mera vontade de somar votos ou pelas conveniências da conjuntura. A verdade é para mim um imperativo ético e um compromisso de honra. Esta é uma candidatura de verdade. Não desisto dos objectivos, não vacilo na determinação e não escamoteio as dificuldades. Só um compromisso com a verdade legítima a acção política. Em democracia, uma escolha falseada é uma escolha ferida de morte.
4. Confiança – Assumo a determinação de restituir a confiança aos portugueses. A confiança no PSD e a confiança no exercício da política colocada ao serviço do cidadão e da cidadania. Quero um PSD credível para voltar a merecer a confiança dos portugueses. Para isso assumo a exigência de reconstruir a base programática da social democracia, de restituir ao PSD um rumo claro e ajustado à sociedade dos nossos dias, reflectindo os anseios e as ambições das novas gerações.
5. Esperança – Esta é uma candidatura de esperança. Quero um Portugal renovado; recuso um Portugal adiado e entregue à desilusão. A esperança é o pilar da minha determinação. Não me conformo com fatalismos, nem aceito o comodismo da mediocridade. Acredito nos portugueses, na sua criatividade, na sua capacidade de criar riqueza, no seu imenso potencial de construir uma sociedade mais justa e mais solidária. A esperança é possível. Os portugueses precisam que lha devolvamos.
6. Mudança – Há momentos em que é preciso assumir a coragem de mudar. Acredito convictamente numa mudança que tenha a marca da evolução. Proponho desde logo uma mudança profunda no PSD. E ambiciono uma nova evolução para Portugal, restituindo a esperança aos portugueses. Sei o que representa mudar. Quero que o PSD se reencontre com o melhor de si próprio, com a sua história e com o seu enorme potencial futuro. Só então o PSD poderá ser capaz de construir e de apresentar um projecto estratégico para Portugal. O PSD conduziu as principais transformações que possibilitaram a consolidação do Portugal democrático. É hora de o PSD construir uma nova ambição para Portugal, uma ambição em que os portugueses se possam rever e acreditar.
7. União – Esta candidatura acredita na união de propósitos, não acredita no unanimismo de conveniências. A melhor união é a que se faz na diversidade. Por isso não quero a união pela união, nem a aceito como um fim em si mesmo. A união deve ser conjugada com o princípio da responsabilidade institucional, não deve ser um factor limitativo do pluralismo. A promoção do debate de ideias e do confronto de pontos de vista é o mais seguro caminho para consolidar opções. Defendo a necessidade de união dos militantes do PSD no propósito de construir um projecto transformador para Portugal.
8. Mérito – Esta candidatura acredita no mérito, como afirmação autónoma de qualidade. Desejo um PSD que promova a excelência dentro de si próprio, pautando-se por princípios de abertura e de sintonia com a sociedade civil. Valorizo a iniciativa individual, a iniciativa dos agentes económicos e das organizações sociais, que na diversidade da sua riqueza estruturam e consolidam a sociedade portuguesa. Esta candidatura é a expressão de uma iniciativa individual, sem temer dificuldades e sem quaisquer garantias prévias de adesão. Por isso dou valor ao empreendedorismo e à capacidade de iniciativa dos portugueses. Acredito que a criatividade individual é o mais potente motor do progresso comum. Será minha prioridade criar condições que potenciem a energia criativa de todos e cada um de nós.
9. Autoridade - Defendo que o exercício do poder democrático deve ser claro e determinado na defesa do bem comum. Rejeito, sem hesitar, todo e qualquer autoritarismo, mas considero que a democracia e a liberdade não podem sobreviver sem uma justiça que o seja de pleno e sem o respaldo de uma autoridade legítima e respeitada. É meu propósito reconstruir essa autoridade legítima e respeitada do Estado, sem tibiezas nem complexos.
É disto que não se podem esquecer os que criticam Pedro Passos Coelho pelos apoios que tem somado.
A propósito do grande sacrifício pessoal de Manuela Ferreira Leite, diz Pedro Marques Lopes:
E com toda a razão. Evidente que o mais importante são as ideias que corporizam a alternativa (por exemplo, estas). Mas convenhamos que um líder renitente não é propriamente o que o PSD precisa para se mobilizar e mobilizar o País...
A blogosfera já começou a reparar que o futuro é agora.
Obrigado Senhor Luís, Santa Margarida, Mais Actual e Insurgente.
Actualização: obrigado também ao Adolfo Mesquita Nunes e ao Leonel Vicente pelas suas referências a este blogue.
A Comissão Europeia revê em baixa o crescimento português. O spin governamental bem tenta sublinhar que, ainda assim, Portugal vai crescer acima da Europa. Triste consolo para um país em crise há sete anos: esta "convergência só é possível porque o valor de 1,7 por cento esperado por Bruxelas para a zona euro traduz uma forte correcção face aos 2,6 por cento do ano passado."
Neste contexto, o que dizem os candidatos à liderança do PSD?
Um assegura que falou com o Dr. Menezes antes de se candidatar.
Outra assevera que se candidata com muito sacrifício pessoal.
Pedro Passos Coelho publica num jornal popular um artigo sobre como vencer a crise.
Isto diz tudo sobre a escolha que se oferece aos militantes do PSD.
O futuro é agora.
Portugal está a entrar no sétimo ano de uma crise sem fim à vista. O desemprego aumenta, o poder de compra das famílias diminui, e as contas do Estado só se vão equilibrando à custa de uma pressão fiscal asfixiante. Portugal converge a todo o vapor com o fundo da tabela europeia. E cada vez é mais certo
E no entanto... no entanto, há excelentes exemplos de sucesso made in Portugal. Empresas portuguesas capazes de vender os seus produtos para o Mundo inteiro, marcas portuguesas que se impõem como referenciais de qualidade internacional, profissionais portugueses que brilham nas multinacionais que os empregam.
Não tenho dúvidas de que é possível vencer a crise. Não nos falta nem inteligência, nem determinação, nem capacidade de trabalho. Da minha experiência como político e como gestor, concluí que a Portugal e aos portugueses falta sobretudo mais capacidade de passar das palavras aos actos.
Se queremos ultrapassar este bloqueio, é fundamental que abandonemos a mentalidade que vê no Estado o motor do desenvolvimento económico. O Estado não vê tudo, nem dá resposta a tudo. Enquanto esperamos pelo impulso do Estado, muito tempo passa, muitas oportunidades se perdem... e muitos elefantes brancos se constroem. A verdade é que o motor do desenvolvimento são e serão cada vez mais as empresas e todos aqueles que nelas trabalham.
Para vencer a crise em que se encontra, Portugal não pode dispensar a vontade e a criatividade dos portugueses. No entanto, o Governo parece apostado em entravar essa vontade de vencer, em coarctar o fluir da inovação com burocracias e regulamentos, em açambarcar a capacidade de investimento privado para projectos de duvidosa rentabilidade e benefício social.
É preciso reconhecer que muitos se adaptaram ao actual estado de coisas. Todos aqueles que ao longo dos anos aprenderam a dominar o labirinto burocrático e político instalado não querem abrir mão do que pensam ser uma vantagem competitiva. Mas essa vantagem, no fim de contas, é uma ilusão, e uma ilusão que custa caro ao País.
A emancipação da sociedade civil e o reconhecimento pleno do papel dos privados no desenvolvimento económico e social do país é portanto uma prioridade fundamental. Para a concretizar, precisamos de um acordo alargado na sociedade portuguesa sobre o que devemos esperar do Estado.
Candidato-me à liderança do PSD porque estou convicto que é urgente iniciar este caminho. A campanha que agora se inicia, a pouco mais de um ano de eleições, é uma oportunidade única para colocar o País a discutir o que quer para o seu futuro. Só o PSD pode encarnar em 2009 uma alternativa ao actual rumo de desesperança e resignação. Por isso desejo que esta campanha envolva não apenas os militantes, não apenas os simpatizantes, mas todos os portugueses. O futuro é agora.
Pedro Passos Coelho
AAN
Filipa Martins
João Espinho
Jorge Fonseca Dias
LR
Paulo Gorjão
Rui A.
TAF
Vasco Campilho
Vítor Palmilha
Os artigos expostos são para consumo...
Impressões de um boticário de província