Via Blasfémias.
Vasco Pulido Valente, intervindo escassos segundos após o final do debate, postulou que propostas não são políticas, e concluiu que só Manuela falou de finalidades - finalidades que corporizam afinal a verdadeira política. Delicioso: se tivesse acordado para o outro lado, VPV poderia dizer que de boas intenções está o inferno cheio, e que Ferreira Leite não tinha apresentado uma única proposta para os novos pobres. Humores...
A verdade é que a finalidade de Pedro Passos Coelho ficou bem clara neste debate: recolocar Portugal numa rota de crescimento. E os meios com que pretende atingi-la foram também enunciados: menos impostos, menos despesa pública, mais liberdade de escolha e concorrência nos serviços públicos, mais diferenciação positiva na intervenção social do Estado, mais liberdade na economia para trabalhadores e empresas.
Concordo com o Paulo Gorjão: este não foi o debate decisivo e esclarecedor que alguns esperavam. Eu, com franqueza, não o esperava: com menos de uma hora para quatro candidatos, é francamente dificil ter um debate esclarecedor. A flagrante impreparação de Manuela Moura Guedes não ajudou a inverter esta expectativa.
Outros entendem que houve uma vencedora clara, e aliás tudo foi feito para encenar essa clareza, acautelando a eventualidade de o comum dos mortais não entender a mensagem. Mas ainda assim, acho que não vimos o mesmo filme.
No filme que eu vi, o debate centrou-se em grande medida nas proposições liberais de Pedro Passos Coelho. E significativamente, a carga de Manuela Ferreira Leite contra o liberalismo de Pedro Passos Coelho acabou por dispersar em campo raso, destroçada pela evidência de que o pensamento liberal faz parte da raiz do PSD desde a Ala Liberal de Sá Carneiro.
AAN
Filipa Martins
João Espinho
Jorge Fonseca Dias
LR
Paulo Gorjão
Rui A.
TAF
Vasco Campilho
Vítor Palmilha
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