A 24 horas do fecho das urnas que vão decidir o futuro do PSD, deixo-vos as razões que me levam a não hesitar na escolha de Pedro Passos Coelho para líder do Partido.
Razões de militância, em primeiro lugar. Enquanto militante do PSD, estou farto do ambiente de guerra civil que marcou os últimos anos. Há duas candidaturas que se comprazem neste ambiente de dissolução do Partido, e tudo fazem para acicatar os ânimos e as rivalidades. Só Pedro Passos Coelho mostrou vontade e capacidade para romper com esse passado, e promover a pacificação das diferentes sensibilidades do PSD em torno de um projecto inclusivo e mobilizador para a sociedade portuguesa.
Razões de civismo, em segundo lugar. Após anos de esforço na oposição e no poder local, o PSD não se pode eximir a apresentar uma alternativa genuinamente distinta das políticas do PS. O nosso dever cívico enquanto militantes do PSD é assegurar que, em 2009, os portugueses possam fazer uma escolha clara entre dois projectos políticos alternativos. Só Pedro Passos Coelho apresenta esse projecto político claro, alternativo e ganhador, que constitui a razão de ser do nosso Partido na sociedade portuguesa.
Razões de convicção, em terceiro lugar. Porque acredito que Pedro Passos Coelho é neste momento o melhor intérprete da matriz fundacional do PSD, com as suas componentes social-democrata, liberal e personalista. Porque acredito que Portugal precisa de uma injecção de liberdade para poder ultrapassar o marasmo económico e social e que anos de socialismo nos mergulharam. E porque acredito que um PSD renovado e galvanizado por uma liderança de abertura e convicção pode fazer a diferença e conduzir Portugal para um novo ciclo de progresso social e desenvolvimento económico.
Por isso escolho a mudança. Para mim, o futuro é agora.
...mas qualquer militante com 2 dedos de testa percebe isto. Votar em quem se envolve em guerras destas é votar na fragmentação e na destruição do PSD. Se outra razão não houvesse, esta chegaria para eleger Pedro Passos Coelho no sábado por margem esmagadora.
No debate da TVI, Manuela Ferreira Leite reconheceu que vai ser muito difícil continuar a financiar a saúde em Portugal nos moldes actuais. Pedro Passos Coelho concordou, mas foi mais longe do que essa constatação: defendeu que o princípio de universalidade deve ser revisto - aliás não apenas na saúde - e explicou que a introdução de concorrência entre serviços públicos e privados poderá trazer melhores serviços, mais baratos e acessíveis a todos.
O falhanço do modelo centralizado e estatizado de prestação de serviços de saúde - que não tem aliás paralelo na Europa continental - ficou bem patente na revolta popular que levou à demissão do ministro Correia de Campos, quando este mais não queria que salvá-lo. No entanto, parece que em Portugal o SNS ainda é um totem e pô-lo em causa ainda é tabu. Mas talvez por pouco tempo. Este desabafo colocado na caixa de comentários do Correio da Manhã é ilustrativo do caminho que já percorremos e do caminho que ainda nos resta percorrer:
24 Maio 2008 - 19h18 | asilvestre
se acabarem com o sns não se esqueçam de devolver o dinheiro dos descontos feitos ao longo dos anos.façam bem as contas, pois quem mais descontou é quem vai pagar mais no futuro,resumindo querem por a classe média na miséria.para mim as pessoas deviam poder recorrer a qualquer hospital e o estado comparticipava, acabava a anarquia e os padrinhos no sns.todos para cuba já.
Quiçá por via de algum fetichismo relativamente ao SNS, asilvestre reage mal à quebra do tabu. Mas o princípio que defende é perfeitamente são, e coincide exactamente com as propostas de Passos Coelho: "as pessoas deviam poder recorrer a qualquer hospital e o estado comparticipava". Entendam os portugueses que este é o caminho do PSD, e estaremos prontos para a mudança em 2009, também nas politicas de saúde.
Sou PSD. É o meu partido. Sei que está cheio de defeitos - que instituição humana não está? - mas nunca me esqueço das suas enormes qualidades. Por isso voto PSD, mesmo quando a liderança não me enche as medidas.
Em 2005, fui um dos 29% de eleitores que votou PSD, sem hesitações. Independentemente do candidato a Primeiro-Ministro. Hoje, apareceu uma sondagem que indica que esse universo de eleitores a que pertenço - os fiéis de entre os fiéis - prefere Manuela Ferreira Leite para defrontar José Sócrates em 2009.
Que a esses fiéis eleitores Manuela Ferreira Leite pareça a melhor escolha não é de espantar: eles guiam-se essencialmente pela notoriedade pública e pelo reconhecimento dos cargos ocupados no passado. Mas o que é certo é que em 2009, qualquer que seja o vencedor destas directas, eles vão pôr a cruz ao lado das setinhas. Pois se até em 2005 o fizemos!
Para o militante do PSD, a história é outra. O militante do PSD não vota de cruz, porque tem a possibilidade de escolher previamente em quem virá a votar. E quem tem a responsabilidade de escolher o candidato do PSD a primeiro-ministro percebe certamente que só com o eleitorado de 2005 não vamos lá.
A verdade que não vem nesta sondagem é que só Pedro Passos Coelho está em condições de, daqui a um ano, ir buscar os 20% que faltam ao PSD para a vitória. Seria um erro grave virarmos-lhes as costas.
João Gonçalves já não é militante do PSD. Ainda assim. Ler o Portugal dos Pequeninos é como seguir o desenrolar do pensamento - e do desapontamento - de uma certa sensibilidade do Partido nestas directas. Instrutivo.
Caro Tiago, o PSD deve de facto ser um grande aborrecimento para si. Estraga-lhe a sua arrumação limpinha entre esquerda e direita; desorganiza-lhe a sua frágil categorização do socialismo democrático; teima em não se deixar acantonar nas etiquetas que o Tiago e os seus camaradas lhe querem colocar... e ainda por cima disputa eleições. Que chatice.
Mas sabe, nós não estamos aqui para facilitar a vida aos militantes do PS. Por isso não nos preocupamos muito se estamos a entrar no "amplo campo do socialismo democrático" que o Tiago demarcou, e que assim à primeira vista vai de Gramsci a Burke. E se a nossa matriz ideológica - social, liberal e personalista - lhe parece indefinida, isso só confirma que estamos no bom caminho: é sabido que a fixidez dificilmente acompanha o movimento...
Nós estamos aqui para propôr uma real alternativa às políticas do PS. É isso que interessa aos eleitores: terem a possibilidade de escolher entre projectos diferenciados. A matriz ideológica do PSD tem a abrangência necessária para propôr um projecto político absolutamente contrastado com o PS socrático, reforçando uma agenda de liberdade de que Portugal carece neste momento, sem por isso perder contacto com as componentes social e personalista que a caracterizam. Se Pedro Passos Coelho vencer estas directas, os portugueses poderão fazer essa escolha.
O verdadeiro problema que devia preocupar o Tiago é a distância entre o PS que tem e o PS que sonha. O PS que o Tiago tem é um partido cuja matriz identitária é feita de memórias republicanas, reviralhistas e PRECistas - não percebo aliás como é que estas referências tanto o enxofram - e cuja prática política é situacionista, estatista e gestionária. Só não vê quem não quer. Podia ser outra coisa? Isso já não é connosco: está nas mãos dos TBR's do PS transformar os seus sonhos em realidades. Ficamos à espera.
Adenda: muito interessante a reacção de Luís Novaes Tito à troca de impressões que tenho mantido com Tiago Barbosa Ribeiro. Deixei lá um comentário em forma de complemento ao que por aqui tenho escrito.
Claro que não, como Marina Costa Lobo mostra aqui. Vai é nascer outra vez.
O anúncio da não-candidatura de Alberto João Jardim à liderança do PSD tem o mérito de tornar claro algo que não o era totalmente. Mas não terá grande impacto no desenrolar deste processo eleitoral: na realidade, todos os implicados já tinham integrado este anúncio nas suas expectativas bem antes de ele se concretizar.
Claro que na sequência das declarações de hoje, haverá mesmo assim quem queira encenar um ponto de viragem ao som de "a Madeira já cá canta". Mas qualquer olhar atento sabe que as coisas não são o que parecem...
Rui Rio foi o primeiro a dizer que só existem duas candidaturas “lógicas” à liderança do PSD (a de Ferreira Leite e a de Santana Lopes). Seguiu-se Nuno Morais Sarmento: “Não me parece que Passos Coelho seja uma candidatura a considerar”. Santana insistiu: “Esta disputa é entre mim e a Drª Ferreira Leite”. Com tanta bipolarização, o que aconteceu? Pedro Passos Coelho, o primeiro a anunciar a sua candidatura, foi trabalhando na sombra, longe dos ataques adversários. Recolheu apoios previsíveis (jovens do PSD), outros importantes (o presidente da maior distrital do partido) e, alguns ainda, completamente imprevisíveis (Fernando Ruas, autarca de Viseu). E, aqui chegados, com a falibilidade a que estas coisas nos obrigam é impossível não considerar Passos Coelho como um incontornável candidato a líder do PSD.
Francisco Teixeira, no Diário Económico.
António Vitorino vê vantagens para o PS na candidatura de Pedro Passos Coelho. Para bom entendedor...
Até agora, quem seguisse as directas do PSD apenas pela comunicação social vivia num reino imaginário em que Manuela Ferreira Leite tinha a eleição garantida, em que Pedro Santana Lopes aparecia como o mais temível adversário da candidata do establishment, e Pedro Passos Coelho era simpaticamente remetido para um futuro nebuloso... Mas este fim-de-semana, soou o wake-up call relativamente às directas do PSD na comunicação social.
No Expresso, na página ao lado da entrevista de Pedro Passos Coelho vinha um artigo de surreal desinformação, onde mesmo assim não foi possível escamotear a preocupação da corte de Manuela Ferreira Leite face a uma disputa que julgava poder ganhar por direito divino. O Público, hoje, mostrou ser muito mais realista do que o venerável semanário do Dr. Balsemão acerca da relação de forças entre os candidatos, como se pode ler aqui. E até Marcelo Rebelo de Sousa, confesso apoiante de Manuela Ferreira Leite, também já despertou para o facto de Pedro Passos Coelho ser o mais forte concorrente da candidata pela qual faz semanalmente campanha.
Agora que já acordaram para a realidade, talvez os analistas e os comentadores comecem a levar um pouco mais a sério o que se está a passar no PSD. Talvez comecem a pensar melhor no que poderá ser o PSD liderado por Pedro Passos Coelho. Talvez comecem a reflectir sobre o que poderá ser o panorama político em 2009 após um ano de liderança de Pedro Passos Coelho. E talvez comecem a surpreender-se com a amplitude da revisão de expectativas que estas eleições directas podem representar para o País...
Uma iniciativa interessante - PSD: Eleições Directas 2008.
Reconhece-se a sua filiação ideológica, mas percebe-se que o PSD das suas facções tradicionais não tem ali lugar. Também não se sabe até que ponto os militantes do partido, os que têm direito a voto, estão despertos para esse tipo de discurso e de ideias. É provável que a partir de agora ele venha a ser visto como o candidato com ideias mais modernas e que dê voz ao eleitorado flutuante do PSD (a classe média das cidades) mais do que às concelhias – que têm sido um factor de atraso estrutural do partido. Se isso basta para ganhar as directas, não se sabe. Mas depois de ter dito o que disse está aberta a porta para a reforma antecipada dos dinossauros, de Santana a Jardim, passando por Menezes e pelo hemiciclo laranja de hoje.
Como primeiro post neste blog para o qual tive a honra de ser convidado, acho que devo explicar o porquê do meu apoio a Pedro Passos Coelho.
Não sou contra Manuela Ferreira Leite e não sou contra Pedro Santana Lopes.
Independentemente de concordar ou não com as suas candidaturas e posições políticas, não me posso esquecer que Manuela Ferreira Leite é tida como mãe do deficit e Pedro Santana Lopes filho da confusão. Estes factos, mais ou menos claros, mais ou menos deturpados, estão bem presentes na cabeça dos portugueses. E o futuro é mesmo agora!
Não podemos escolher um líder até 2009 ou 2011 à espera do messias. Não podemos voltar atrás com quem pregou e levou com pedras. Não podemos esquecer que somos e seremos um partido de poder e que ganhar as eleições para podermos finalmente colocar Portugal onde merece é uma prioridade!
Passos Coelho não é o melhor do mundo, não tem mais experiência que os outros, não tem os notáveis que os outros têm. Mas é exactamente disso que tem vivido o nosso partido e consequentemente o país. De dirigentes com experiência e vícios insanáveis e de notáveis que apenas aparecem quando cheira a poder. E, note-se, os resultados não foram os melhores. Não podemos fugir às responsabilidades de 3 anos em que fomos realmente maus para o país.
Onde estava Ferreira Leite em 2006, quando precisávamos realmente dela? Quando necessitámos de um líder credível e que fosse um pólo de união no partido? Quando tinha os apoios de todos sem qualquer reticência?
Passos Coelho assumiu antes de todos a sua discordância com métodos e práticas.
Passos Coelho assumiu antes de todos e independentemente de qualquer um a sua candidatura.
Passos Coelho é um líder, e é disso que o partido precisa.
Passos Coelho está bem preparado e tem uma equipa extraordinária com condições para colocar o partido e o país no caminho certo.
Passos Coelho já tem 44 anos, o futuro é agora!
AAN
Filipa Martins
João Espinho
Jorge Fonseca Dias
LR
Paulo Gorjão
Rui A.
TAF
Vasco Campilho
Vítor Palmilha
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