Sexta-feira, 16 de Maio de 2008

O PSD incomoda...

Caro Tiago, o PSD deve de facto ser um grande aborrecimento para si. Estraga-lhe a sua arrumação limpinha entre esquerda e direita; desorganiza-lhe a sua frágil categorização do socialismo democrático; teima em não se deixar acantonar nas etiquetas que o Tiago e os seus camaradas lhe querem colocar... e ainda por cima disputa eleições. Que chatice.

 

Mas sabe, nós não estamos aqui para facilitar a vida aos militantes do PS. Por isso não nos preocupamos muito se estamos a entrar no "amplo campo do socialismo democrático" que o Tiago demarcou, e que assim à primeira vista vai de Gramsci a Burke. E se a nossa matriz ideológica - social, liberal e personalista - lhe parece indefinida, isso só confirma que estamos no bom caminho: é sabido que a fixidez dificilmente acompanha o movimento...

 

Nós estamos aqui para propôr uma real alternativa às políticas do PS. É isso que interessa aos eleitores: terem a possibilidade de escolher entre projectos diferenciados. A matriz ideológica do PSD tem a abrangência necessária para propôr um projecto político absolutamente contrastado com o PS socrático, reforçando uma agenda de liberdade de que Portugal carece neste momento, sem por isso perder contacto com as componentes social e personalista que a caracterizam. Se Pedro Passos Coelho vencer estas directas, os portugueses poderão fazer essa escolha.

 

O verdadeiro problema que devia preocupar o Tiago é a distância entre o PS que tem e o PS que sonha. O PS que o Tiago tem é um partido cuja matriz identitária é feita de memórias republicanas, reviralhistas e PRECistas - não percebo aliás como é que estas referências tanto o enxofram - e cuja prática política é situacionista, estatista e gestionária. Só não vê quem não quer. Podia ser outra coisa? Isso já não é connosco: está nas mãos dos TBR's do PS transformar os seus sonhos em realidades. Ficamos à espera.

 

Adenda: muito interessante a reacção de Luís Novaes Tito à troca de impressões que tenho mantido com Tiago Barbosa Ribeiro. Deixei lá um comentário em forma de complemento ao que por aqui tenho escrito.

publicado por Vasco Campilho às 12:04
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Terça-feira, 13 de Maio de 2008

Mensagem aos militantes do PSD

António Vitorino vê vantagens para o PS na candidatura de Pedro Passos Coelho. Para bom entendedor...

publicado por Vasco Campilho às 10:41
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Segunda-feira, 12 de Maio de 2008

Coisas que o Partido Socialista percebe bem demais

Dos mais de mil projectos de investimento já aprovados pelos fundos comunitários, nem um foi ainda contratualizado e, sem isso, as empresas não podem receber o dinheiro da comparticipação. (...) Apesar disso, o primeiro-ministro, José Sócrates, e o ministro da Economia, Manuel Pinho, têm-se desdobrado em cerimónias públicas com os investidores. Os convites falam da "assinatura de contratos de incentivos do QREN". Mas, de facto, o que tem sido assinado é um documento onde a entidade é informada de que o seu projecto foi aprovado.


Via 4R.

publicado por Vasco Campilho às 19:39
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Quinta-feira, 8 de Maio de 2008

Outro desafio

Eu não queria comentar: estou com muito trabalho e a minha vida não é isto... mas não resisti ao desafio de um nosso leitor.

Tiago Barbosa Ribeiro defende que a linha programática liberal no PSD é um roubo de bandeiras ao PS. Não seria necessário a ministra da Saúde vir a terreiro recolocar-nos em 1976 para perceber o escabroso dessa proposição. É certo que o velho slogan "Partido Socialista, Partido Marxista" já não tem curso no PS socrático. Mas a verdade é que a história da democracia portuguesa não passa de um longo (e lento) aggiornamento do PS relativamente aos anacronismos que herdou da sua génese, na via da democracia liberal europeia que o PSD abraçou desde a sua fundação. Só que quando o PS finalmente se dispõe a abraçar as nossas bandeiras, em geral é sinal que elas já estão ultrapassadas.

Por isso é que a verdadeira clivagem entre os dois grandes partidos portugueses não é esquerda vs. direita: é inércia vs. movimento, é passado vs. futuro. O PSD tem uma matriz ideológica abrangente - personalista, liberal e social-democrata - que vai tentando com mais ou menos sucesso adaptar aos tempos e às circunstâncias. O PS tem uma memória - republicana, reviralhista e PRECista - que tenta preservar apesar da sua crescente irrelevância para a acção no tempo presente.

Pedro Passos Coelho, nisto tudo, aparece como o candidato mais capaz de protagonizar a adaptação da matriz de sempre do PSD às circunstâncias e às necessidades do tempo presente. O candidato mais capaz de devolver ao PSD o papel de liderança da sociedade portuguesa no seu movimento para a modernidade. É isso que incomoda Tiago Barbosa Ribeiro. No seu lugar, também me sentiria incomodado.
publicado por Vasco Campilho às 14:03
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