Só Deus sabe - e os leitores deste blog adivinham - o quanto eu considero a candidatura de Manuela Ferreira Leite à presidência do PSD um lamentável equívoco. Um equívoco para ela, um equívoco para o PSD, e um equívoco para o País.
Devo dizer que nada me move contra a candidata. Aliás, há pouco mais de um ano - alguns leitores deste blog estarão recordados - numa sessão organizada pelas secções E, H e Oriental de Lisboa em que Manuela Ferreira Leite era a oradora convidada, fui eu o primeiro militante a levantar-me e a falar, para apelar à sua candidatura à Câmara de Lisboa. Fui o primeiro de muitos que lhe lançaram esse apelo. E se as circunstâncias se repetissem hoje, voltaria a ser o primeiro, por considerar que o seu perfil se ajustava às necessidades da função e às expectativas do eleitorado.
Mas nunca me passaria pela cabeça apoiar Manuela Ferreira Leite para líder do PSD e candidata a Primeiro-Ministro. Desde logo porque o seu perfil não se ajusta às necessidades do cargo nem às expectativas do eleitorado. Mas sobretudo porque ela simplesmente não tem o estofo de que são feitos os líderes e os Primeiros-Ministros. Falta-lhe o horizonte, falta-lhe a abrangência intelectual, falta-lhe o projecto de futuro.
Isto não quer dizer que Manuela Ferreira Leite não seja uma militante estimável, que já deu muito e que muito ainda poderá contribuir para o PSD. Com certeza que é. Justamente por isso, o que me deixa perplexo é como é que ela se deixou empurrar para esta embrulhada...
Sobre o pagamento das dívidas a fornecedores do Estado, Manuela Ferreira Leite tem esta tirada fantástica: devem-se pagar, mas para isso não é preciso emitir dívida publica, basta inscrevê-las no Orçamento de Estado.
Ficamos assim a saber que:
a) MFL acredita nas virtudes mágicas da inscrição orçamental. Inscreve-se a despesa, e o dinheiro aparece;
b) MFL quer atirar o pagamento das dívidas que estão já atrasadas neste momento para o próximo ano. Afinal, o Estado é pessoa de bem por definição, logo não precisa de se comportar como tal, não é verdade?
c) Para MFL, uma proposta que se defende quando vem do PS - António Costa e o seu empréstimo da CML - já não é válida quando provém de um candidato à liderança do PSD.
Esclarecedor... não?
Ouvi muito dizer, nos últimos dias, que propor a baixa de um imposto sem dizer onde se compensa no aumento da receita é demagógico. As coisas são naturalmente um pouco mais complexas. Mas quem defende tal posição convirá certamente que, a fortiori, propor o aumento da despesa sem dizer onde se compensa no aumento da receita é igualmente demagógico.
Quererá isto dizer que Manuela Ferreira Leite foi demagógica quando disse que o problema dos combustíveis não devia ser abordado do lado fiscal, mas sim pelo lado da despesa, sem especificar como financiaria os apoios que propõe?
A gestão tecnocrática do empobrecimento está a criar um descontentamento profundo em todos os sectores da sociedade portuguesa. Esse descontentamento já encontrou o seu exutório partidário à esquerda, através do reforço eleitoral do PCP e do Bloco. Os avisos e as movimentações de Soares e Alegre ilustram bem a preocupação dos socialistas face ao avanço da esquerda não-democrática que historicamente sempre lhes coube travar.
Mas para montar o cerco a esta política e derrotar Sócrates, precisamos de abrir uma nova frente de batalha no centro do espectro partidário. É isso que o PSD decide no Sábado: vamos apertar o cerco a Sócrates, obrigando-o a combater em duas frentes? ou vamos deixar o combate à esquerda não-democrática, solidarizando-nos por defeito com o PS?
A escolha de Manuela Ferreira Leite corporiza esta última opção estratégica. Não que a nossa companheira não tenha as melhores intenções: de boas intenções está a sua moção cheia. Mas como se comprovou nos últimos dias, na hora H Manuela Ferreira Leite opta sempre por se colocar do lado do Governo.
Quem quiser acabar com o ciclo de poder socialista em 2009 só tem um voto possível: Pedro Passos Coelho.
Deve ser para responder às preocupações de Portugal que na sua moção longamente maturada, Manuela Ferreira Leite arrisca que "devemos equacionar, nos diferentes sectores, a importância relativa dos sectores público e privado." Avançando até que "o Estado não pode, nem deve, estar em todo o lado."
Como medida concreta de cariz social, faz votos para que "o direito a uma habitação condigna se concretize". E vai ao detalhe de "adoptar medidas imediatas, orientadas pela preocupação de minorar as dificuldades que afectam os mais pobres e aqueles que se encontram privados de emprego."
Para o caso de subsistirem questões que preocupam Portugal, Manuela Ferreira Leite compromete-se a "apresentar um modelo alternativo de desenvolvimento." Não um qualquer modelo alternativo de desenvolvimento, evidentemente: este terá que ser um modelo "que valorize e explore as vantagens comparativas que podemos apresentar."
Realmente, com respostas destas às suas preocupações, Portugal bem pode dormir descansado. Agora, os portugueses...
No debate entre representantes das candidaturas organizado pelo blogue Psicolaranja, Nuno Morais Sarmento atacou com virulência os valores da candidatura de Pedro Passos Coelho, afirmando, e cito de cor, que se tratava de vacuidades que qualquer pessoa subscreveria. Claro que Morais Sarmento também teve de responder à questão: mas então onde estão as ideias da sua candidata, sr. doutor? De cor o cito de novo: esperem que a moção sai amanhã! Aí se conhecerão as ideias de Manuela Ferreira Leite para o País...
Esperámos. E lemos. A questão permanece: mas então onde estão as ideias da sua candidata, sr. doutor?
O mais concreto que encontrei na moção de MFL sobre o incentivo à criação de riqueza foi isto:
para que o PSD convença de novo os Portugueses a devolverem-lhe as responsabilidades de governação do País, é necessário apresentar um modelo alternativo de desenvolvimento. Essa é a tarefa principal que a nós próprios nos devemos impor. Um modelo que identifique os constrangimentos que nos afectam. Um modelo que valorize e explore as vantagens comparativas que podemos apresentar. Um modelo de orientação reformista, de que o PSD é o único verdadeiro intérprete, constitui o modo adequado para, com determinação e sem rupturas sociais, levar a cabo as mudanças que se impõem.
O mais concreto que encontrei na moção de MFL sobre a defesa dos mais fracos e vulneráveis foi isto:
Não ignoramos, evidentemente, que a resolução estrutural desses problemas depende do crescimento da economia portuguesa. Mas constitui para nós um imperativo ético de solidariedade adoptar medidas imediatas, orientadas pela preocupação de minorar as dificuldades que afectam os mais pobres e aqueles que se encontram privados de emprego. Essa é para nós, insista-se, uma prioridade central.
O mais concreto que encontrei na moção de MFL sobre a igualdade de oportunidades foi isto:
Ao Estado compete: garantir o acesso aos cuidados de saúde em condições de igualdade, independentemente da região do País em que se resida; assegurar que o direito à educação dependa apenas das capacidades de cada um e não das condições materiais de existência, que o direito a uma habitação condigna se concretize, que os cidadãos deficientes vejam afastados, na prática, os obstáculos que impedem o exercício de uma cidadania plena; criar condições acrescidas para uma integração harmoniosa dos imigrantes na nossa sociedade, valorizando o seu crescente contributo para o desenvolvimento de Portugal.
O mais concreto que encontrei na moção de MFL sobre o papel do Estado foi isto:
Afirmamos assim, sem hesitações, que o Estado não pode, nem deve, estar em todo o lado. E que o Estado – até em nome da necessidade de criteriosa utilização dos recursos públicos – deve antes centrar a sua acção naquelas que são – e devem continuar a ser – as suas obrigações indelegáveis, deixando, sem complexos, para a sociedade civil e as suas instituições, tudo aquilo – e é muito – que esta muito melhor é capaz de fazer.
O mais concreto que encontrei na moção de MFL sobre a relação do Estado com a sociedade civil foi isto:
devemos equacionar, nos diferentes sectores, a importância relativa dos sectores público e privado. Por exemplo, a predominância da rede de escola pública, o papel das Parcerias Público-Privadas, a função que deve caber às entidades privadas ou às Instituições Particulares de Solidariedade Social, em domínios como a saúde ou a protecção social.
No debate da TVI, Manuela Ferreira Leite reconheceu que vai ser muito difícil continuar a financiar a saúde em Portugal nos moldes actuais. Pedro Passos Coelho concordou, mas foi mais longe do que essa constatação: defendeu que o princípio de universalidade deve ser revisto - aliás não apenas na saúde - e explicou que a introdução de concorrência entre serviços públicos e privados poderá trazer melhores serviços, mais baratos e acessíveis a todos.
O falhanço do modelo centralizado e estatizado de prestação de serviços de saúde - que não tem aliás paralelo na Europa continental - ficou bem patente na revolta popular que levou à demissão do ministro Correia de Campos, quando este mais não queria que salvá-lo. No entanto, parece que em Portugal o SNS ainda é um totem e pô-lo em causa ainda é tabu. Mas talvez por pouco tempo. Este desabafo colocado na caixa de comentários do Correio da Manhã é ilustrativo do caminho que já percorremos e do caminho que ainda nos resta percorrer:
24 Maio 2008 - 19h18 | asilvestre
se acabarem com o sns não se esqueçam de devolver o dinheiro dos descontos feitos ao longo dos anos.façam bem as contas, pois quem mais descontou é quem vai pagar mais no futuro,resumindo querem por a classe média na miséria.para mim as pessoas deviam poder recorrer a qualquer hospital e o estado comparticipava, acabava a anarquia e os padrinhos no sns.todos para cuba já.
Quiçá por via de algum fetichismo relativamente ao SNS, asilvestre reage mal à quebra do tabu. Mas o princípio que defende é perfeitamente são, e coincide exactamente com as propostas de Passos Coelho: "as pessoas deviam poder recorrer a qualquer hospital e o estado comparticipava". Entendam os portugueses que este é o caminho do PSD, e estaremos prontos para a mudança em 2009, também nas politicas de saúde.
Vasco Pulido Valente, intervindo escassos segundos após o final do debate, postulou que propostas não são políticas, e concluiu que só Manuela falou de finalidades - finalidades que corporizam afinal a verdadeira política. Delicioso: se tivesse acordado para o outro lado, VPV poderia dizer que de boas intenções está o inferno cheio, e que Ferreira Leite não tinha apresentado uma única proposta para os novos pobres. Humores...
A verdade é que a finalidade de Pedro Passos Coelho ficou bem clara neste debate: recolocar Portugal numa rota de crescimento. E os meios com que pretende atingi-la foram também enunciados: menos impostos, menos despesa pública, mais liberdade de escolha e concorrência nos serviços públicos, mais diferenciação positiva na intervenção social do Estado, mais liberdade na economia para trabalhadores e empresas.
Concordo com o Paulo Gorjão: este não foi o debate decisivo e esclarecedor que alguns esperavam. Eu, com franqueza, não o esperava: com menos de uma hora para quatro candidatos, é francamente dificil ter um debate esclarecedor. A flagrante impreparação de Manuela Moura Guedes não ajudou a inverter esta expectativa.
Outros entendem que houve uma vencedora clara, e aliás tudo foi feito para encenar essa clareza, acautelando a eventualidade de o comum dos mortais não entender a mensagem. Mas ainda assim, acho que não vimos o mesmo filme.
No filme que eu vi, o debate centrou-se em grande medida nas proposições liberais de Pedro Passos Coelho. E significativamente, a carga de Manuela Ferreira Leite contra o liberalismo de Pedro Passos Coelho acabou por dispersar em campo raso, destroçada pela evidência de que o pensamento liberal faz parte da raiz do PSD desde a Ala Liberal de Sá Carneiro.
Não sei o que achará Pacheco Pereira desta futebolização da política ensaiada por Manuela Ferreira Leite. Mas o argumento colhe: é justamente por isso que precisamos de um treinador para várias épocas. Não de alguém que saia a meio do campeonato se vir que não ganha, ou que já esteja a preparar o caminho ao treinador seguinte. Pedro Passos Coelho agradece seguramente este argumento oferecido por Manuela Ferreira Leite à sua campanha.
A primeira consequência de Santana Lopes e de Ferreira Leite foi a inesperada “obamização” de Passos Coelho. Sim, Passos vem do PSD, com os decorrentes caciques e limitações ideológicas (ainda não descobriu, aos quarenta e tal anos, se é de direita ou de esquerda). Mas fala de “reformas” e, pelo menos, chama “liberalismo” ao “liberalismo”. É provável que tenha ainda outras qualidades. Acima de todas, porém, tem neste momento esta: não é Santana nem Ferreira Leite. Ao contrário deles, não deixará Sócrates reduzir o debate às contas do passado. [...] Talvez Passos Coelho seja o único dos candidatos em condições de não ser o último líder do PSD.
Via Da Literatura.
A uma mesma pergunta do Público, as respostas de Manuela Ferreira Leite e de Pedro Passos Coelho:
Portugal atravessa, há vários anos, um período de fraco crescimento económico. Quais as três principais medidas que propõe para inverter esta situação?
Pedro Passos Coelho: Temos um problema de qualificações, um mercado pouco qualificado e com uma grande rigidez e, essencialmente, um Estado que é demasiado gastador e, portanto, demasiado ineficiente, consumindo muitos recursos que seriam necessários para que a economia pudesse crescer. As medidas essenciais que podem inverter esta situação são, primeiro, um esforço maior, sobretudo em exigência de qualidade, na formação dos recursos humanos. Segundo, a reforma do Estado. O Estado vai ter de desgovernamentalizar a economia e de ser mais eficiente e mais competitivo nas funções que desempenha, mesmo nas áreas sociais. E precisamos de caminhar para um quadro de maior flexibilidade na área laboral que permita um despedimento mais fácil e, portanto, que as empresas possam contratar com mais facilidade. Isto significa que o Estado vai ter de desgovernamentalizar a economia. E nas áreas sociais, nomeadamente educação, saúde, apoio social, o Estado vai ter de ganhar eficiência, colocando-se em concorrência com a oferta privada.
Manuela Ferreira Leite: Não é um problema de medidas, é um problema de políticas. As políticas são conhecidas e são óbvias em relação àquilo que fomenta o crescimento económico. As medidas só são susceptíveis, só têm efeitos, se inseridas no contexto global da situação económica do momento. Não creio que honestamente alguém possa responder a uma pergunta destas, porque, neste momento, ninguém é capaz de prever qual é que é o cenário macroeconómico de 2009. Com todas as imponderáveis que existem, não é possível, com correcção, dizer-se que medidas é que na altura sejam adequadas para executar a política que nesse momento é necessária.
Um candidato responde clara e directamente à questão que lhe é colocada. Outra desconversa. Há quem lhe chame credibilidade...
Ler também na TSF e no Portugal Diário.
O que parece cada vez mais evidente – se não o fosse desde o momento em que a Dra Ferreira Leite lançou a candidatura – é que a ex-ministra das Finanças não tem uma estratégia própria e é refém daqueles que a estão a utilizar para os seus próprios projectos de poder. Esses são aqueles que pensam que a Dra Ferreira Leite perderá com o Eng Sócrates mas que no entretanto querem consolidar o seu poder dentro do PSD para, no momento certo, a derrubarem. No fundo, são os que estão dispostos a sacrificar o país não se importando com a desastrosa política do Governo PS, dando de mão beijada as próximas eleições a Sócrates, em favor dos seus interesses pessoais.
por Pedro Marques Lopes. Sublinhados meus.
Sou PSD. É o meu partido. Sei que está cheio de defeitos - que instituição humana não está? - mas nunca me esqueço das suas enormes qualidades. Por isso voto PSD, mesmo quando a liderança não me enche as medidas.
Em 2005, fui um dos 29% de eleitores que votou PSD, sem hesitações. Independentemente do candidato a Primeiro-Ministro. Hoje, apareceu uma sondagem que indica que esse universo de eleitores a que pertenço - os fiéis de entre os fiéis - prefere Manuela Ferreira Leite para defrontar José Sócrates em 2009.
Que a esses fiéis eleitores Manuela Ferreira Leite pareça a melhor escolha não é de espantar: eles guiam-se essencialmente pela notoriedade pública e pelo reconhecimento dos cargos ocupados no passado. Mas o que é certo é que em 2009, qualquer que seja o vencedor destas directas, eles vão pôr a cruz ao lado das setinhas. Pois se até em 2005 o fizemos!
Para o militante do PSD, a história é outra. O militante do PSD não vota de cruz, porque tem a possibilidade de escolher previamente em quem virá a votar. E quem tem a responsabilidade de escolher o candidato do PSD a primeiro-ministro percebe certamente que só com o eleitorado de 2005 não vamos lá.
A verdade que não vem nesta sondagem é que só Pedro Passos Coelho está em condições de, daqui a um ano, ir buscar os 20% que faltam ao PSD para a vitória. Seria um erro grave virarmos-lhes as costas.
Até agora, quem seguisse as directas do PSD apenas pela comunicação social vivia num reino imaginário em que Manuela Ferreira Leite tinha a eleição garantida, em que Pedro Santana Lopes aparecia como o mais temível adversário da candidata do establishment, e Pedro Passos Coelho era simpaticamente remetido para um futuro nebuloso... Mas este fim-de-semana, soou o wake-up call relativamente às directas do PSD na comunicação social.
No Expresso, na página ao lado da entrevista de Pedro Passos Coelho vinha um artigo de surreal desinformação, onde mesmo assim não foi possível escamotear a preocupação da corte de Manuela Ferreira Leite face a uma disputa que julgava poder ganhar por direito divino. O Público, hoje, mostrou ser muito mais realista do que o venerável semanário do Dr. Balsemão acerca da relação de forças entre os candidatos, como se pode ler aqui. E até Marcelo Rebelo de Sousa, confesso apoiante de Manuela Ferreira Leite, também já despertou para o facto de Pedro Passos Coelho ser o mais forte concorrente da candidata pela qual faz semanalmente campanha.
Agora que já acordaram para a realidade, talvez os analistas e os comentadores comecem a levar um pouco mais a sério o que se está a passar no PSD. Talvez comecem a pensar melhor no que poderá ser o PSD liderado por Pedro Passos Coelho. Talvez comecem a reflectir sobre o que poderá ser o panorama político em 2009 após um ano de liderança de Pedro Passos Coelho. E talvez comecem a surpreender-se com a amplitude da revisão de expectativas que estas eleições directas podem representar para o País...
"Espero que ganhe nas directas do PSD e que perca no País"
Daniel Sampaio, na Pública de 11 de Maio de 2008, p. 74 (sem link).
O problema de MFL (digo eu) é que não é só fora do PSD que os seus distintos apoiantes pensam assim...
Duas semanas após o arranque da campanha para as directas, Ferreira Leite e Pedro Passos Coelho polarizam apoios. Santana Lopes vai ficando para trás.
(...)
O alinhamento dos apoios que vêm sendo tornados públicos vai-se polarizando nestas directas entre Ferreira Leite e Pedro Passos Coelho, desvendando-se ao mesmo tempo duas linhas estratégicas com consequências para o posicionamento do PSD no futuro.
Barbosa de Melo, mandatário distrital de Ferreira Leite em Coimbra, e Assunção Esteves, apoiante de Pedro Passos Coelho, retrataram, nas suas declarações de apoio, o que está em jogo. "A única forma de o PSD recuperar a sua credibilidade pública é com Manuela Ferreira Leite, ocupando uma área muito importante para o PSD, o centro-esquerda da sociedade portuguesa", disse o ex-presidente da Assembleia da República.
"A linha programática do dr. Pedro Passos Coelho faz renascer uma linha social liberal há muito esquecida no partido. É bom que exista esta discussão dentro do partido", declarou, por seu lado, a eurodeputada e constitucionalista Assunção Esteves.
Manuela Ferreira Leite fala de "desvio populista no PSD" e repudia divisionismos.
Questão: o professor será Pacheco Pereira ou Zita Seabra? Sim, é que essa nuance vai ter importância quando chegarmos ao capítulo dedicado às purgas revolucionárias...
A propósito do grande sacrifício pessoal de Manuela Ferreira Leite, diz Pedro Marques Lopes:
E com toda a razão. Evidente que o mais importante são as ideias que corporizam a alternativa (por exemplo, estas). Mas convenhamos que um líder renitente não é propriamente o que o PSD precisa para se mobilizar e mobilizar o País...
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LR
Paulo Gorjão
Rui A.
TAF
Vasco Campilho
Vítor Palmilha
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