«Sou reformista e liberal, não sou de direita nem de esquerda. Sou solidário porque acredito que a sociedade não pode ser a lei do mais forte», disse Pedro Passos Coelho (DN, 30.4.2008).
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Esta declaração de Pedro Passos Coelho, pelo que percebo, tem dado lugar a alguns comentários críticos, na medida em que, supostamente, revelaria alguma falta de coragem em se assumir como sendo de direita. De duas, uma: ou se trata de má-fé -- e nesse caso nem vale a pena perder mais tempo --, ou de incompreensão.
Pedro Passos Coelho, de forma deliberada, rejeitou uma determinada matriz de posicionamento a favor de outra. Refira-se que nem está a dizer nada de outro mundo. Socorro-me de uma entrevista de José Pacheco Pereira: «O que se mistura num mesmo político são tradições de esquerda e direita muito diferentes. A esquerda/direita como instrumento é muito pobre. Posso dizer que algumas ideias que defendo têm uma tradição à direita e outras têm uma tradição à esquerda. Sou capaz de identificar as tradições. Mas não interessa ter uma posição sistemática, organizar todas as minhas ideias em função da tradição da esquerda ou da tradição da direita. Hoje há distinções mais importantes do que a da esquerda/direita. São de outra natureza. Por exemplo: é mais importante a liberdade individual ou a segurança colectiva?» (DE, 24.8.2007).
Reformista e liberal. É essa a matriz que Pedro Passos Coelho deve salientar. É esse o rumo e é essa alternativa.
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