Sexta-feira, 30 de Maio de 2008
Se alguma coisa evidenciou esta disputa eleitoral foi que o PSD necessita urgentemente de uma solução que não divida mais o partido e, principalmente, que consiga não excluir nenhuma das facções que o compõem. Demonstrou, também, que a conflitualidade entre o «partido das elites» e o «partido das bases» chegou a um extremo que impedirá, no curto prazo, que qualquer uma das partes possa governar o partido com o apoio da outra. Manuela Ferreira Leite reconhece que não vota num partido chefiado por Santana, e Santana vai dizendo que no «seu» partido não haverá lugar para quem não o aceite, e recorda à dra. Ferreira Leite as expulsões de Cavaco (v.g. Carlos Macedo). Até por esta razão elementar, a do partido não se fraccionar definitivamente em dois, é fundamental que Pedro Passos Coelho ganhe a eleição do dia 31. Ele é o único em condições de fazer pontes entre ambos os lados e de impedir a continuação de uma luta fratricida que há muito destrói o PSD. Até para aqueles que disputam consigo a eleição, é importante que Pedro Passos Coelho a ganhe.
RA
RA, não concordo consigo em absoluto.
Entendo que num partido político não têm que existir facções; o partido tem que ter uma linha de rumo assente em critérios ideológicos e programáticos, de acordo com os seus estatutos que podem ir sendo adaptados em função da ponderação dos indicadores que tenham a ver com a evolução da sociedade do ponto de vista cultural e humano, económico e geo-político.
Uma grande parte dos militantes do PSD inscreveram-se no partido por razões várias, sendo as principais o carreirismo político e a oportunidade que os partidos dão aos seus militantes de virem a conseguir boas saídas profissionais, que sem o aval do partido não seria possível.
É por este motivo que os partidos estão desacreditados aos olhos da opinião pública, que não é parva e que só com "cunhas" consegue atingir os mesmos objectivos. E é também por esse motivo que os partidos caminham progressivamente para a sua auto-destruição, sem que nós, os "outsiders" tenhamos que fazer nada para isso; só assistir pacificamente, esperando que a razão e o bom senso acabem por triunfar.
Por isso é que, nem MFL, nem PSL se apresentam como solução para a sobrevivência do PSD.
E PPC, que aparentemente nunca esteve envolvido nestas lutas partidárias, poderá vir a ser via para a solução, se lhe for confiada a liderança, mas terá um longo trabalho pela frente para estabilizar o partido, e não é através de consensos ou de boas intenções que o irá conseguir; é através do afastamento efectivo, propriamente dito, dos militantes que costumam andar por aí e dos que não andando por aí, surgem nas alturas mais convenientes, sempre que lhes "cheira" a novas "oportunidades de negócio".
Se PPC não tiver capacidade para dar este passo, só lhe restará juntar-se a eles, e assim sendo, irá continuar tudo na mesma.
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