Um coro de virgens pudicas tem vindo a manifestar espanto e horror pelos apoios até agora recolhidos por Pedro Passos Coelho. O argumento é admirável: se PPC quer renovar o partido e a política não pode deixar-se apoiar por figuras ligadas aos interesses instalados no e do partido.
Sobre tão dilacerante tema é de dizer o seguinte: PPC não é candidato a chefe de orquestra do Coro de Santo Amaro de Oeiras. È candidato a líder de um partido político estruturante do regime no qual, pela natureza das coisas, existem interesses e interessados. No PSD, a cuja liderança PPC se candidata e não, insista-se, à chefia da banda musical mais próxima, todos os quadros disponíveis tiveram, têm ou hão-de ter interesses concretos. Por essa razão eles estão na política e não exactamente na Liga Profilática contra a Malária. De resto, qualquer candidatura conta com eles e todas as candidaturas à chefia dos partidos disputam o seu apoio até ao último voto, sobretudo, quando eles representam estruturas locais, isto é, outros votos. Acresce, por outro lado, que qualquer ideia de renovação de um partido só faz sentido, melhor, só é exequível a partir do poder e não a partir do vácuo. E, por fim, diga-se que os apoiantes de PPC se envolveram, ainda num passado muito recente, noutras candidaturas e com outros candidatos, sem que ninguém, na altura, se sentisse incomodado com isso. Como, desta vez, citando La Fontaine, esses apoios «estão verdes», não é de estranhar tanto desagrado.
RA
AAN
Filipa Martins
João Espinho
Jorge Fonseca Dias
LR
Paulo Gorjão
Rui A.
TAF
Vasco Campilho
Vítor Palmilha
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Impressões de um boticário de província