Não sei se é um atestado de competência. É, muito possivelmente, um trunfo importante, na medida em que uma parte do eleitorado continua ainda muito zangado com o PSD. Ora, o único candidato que surge imaculado do período Barroso/Santana é Pedro Passos Coelho. Não ter passado no período Barroso/Santana joga a seu favor. Liberta-o de confrontos com o passado. Torna-o imune a discussões sobre responsabilidades anteriores, o que lhe permite potencialmente maior controlo da agenda política.
Com Pedro Passos Coelho, José Sócrates não pode ensaiar um número que tem repetido de forma exaustiva, dentro e fora do Parlamento. Sócrates não pode confrontar Passos Coelho com as suas responsabilidades directas no período Barroso/Santana porque, pura e simplesmente, não as tem.
Quem terá passado é Sócrates e não Passos Coelho. Sócrates é que terá de justificar os anos anteriores. Mais. Como Pedro Passos Coelho previsivelmente apresentará soluções alternativas, Sócrates terá de ir a jogo e defender a bondade das suas propostas.
Pedro Passos Coelho é o único candidato que verdadeiramente pode vencer José Sócrates em 2009. Existem, aliás, alguns indícios. Repare-se na sondagem publicada pelo Expresso esta semana: o pior resultado de José Sócrates é com Pedro Passos Coelho (41,9% contra 44,6% com MFL e 42,8% com PSL) e é também neste duelo que se encontra o maior número de indecisos (29,1% contra 17,3% com MFL e 21,4% com PSL). Ou seja, ultrapassada a questão da notoriedade pública, o que se resolve facilmente nos próximos meses, este é o único duelo em que verdadeiramente está em aberto o resultado final. Razão mais do que suficiente para que não se perca a oportunidade de discutir um rumo alternativo e de legitimar a matriz de oposição que se quer sufragar em 2009.
AAN
Filipa Martins
João Espinho
Jorge Fonseca Dias
LR
Paulo Gorjão
Rui A.
TAF
Vasco Campilho
Vítor Palmilha
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